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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O Brasil e suas bandeiras nacionais.


O Brasil tornou-se independente em 1822 sob a égide de uma monarquia, assim permanecendo até 1889, quando mediante um pronunciamento militar da guarnição carioca do exército se instituiu a república, o que perdura até hoje.

As nossas bandeiras durante este período permaneceram em boa parte iguais. Vejam e comparem:
                                                                           

 (bandeira imperial)


                                                                   
                                                                                 

(bandeira republicana)

                                                
Quais as principais diferenças entre ambas? Apenas os símbolos inseridos no losango amarelo. Pois neste o estandarte imperial apresentava um escudo verde, tendo ao centro a esfera armilar e a Cruz da Ordem de Cristo (em vermelho); havia também um aro de fundo azul com 19 e depois 20 estrelas brancas (representando as províncias brasileiras); sobre o escudo estava disposta a coroa imperial; e no lado esquerdo havia um ramo de café e no lado direito um de tabaco (duas de suas mais importantes riquezas agrícolas). Enquanto, que na  republicana dentro do mesmo  losango e no meio deste havia um circulo ou esfera celeste azul, semeada com diversas estrelas (a original tinha vinte e uma e a atual apresenta 27), atravessada por uma zona branca com a inscrição "Ordem e Progresso" em verde. Dentro da esfera está representado o céu do Rio de Janeiro, com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 8h30 do dia 15 de novembro de 1889, horário próximo à deposição do último gabinete imperial. A antes referida inscrição "Ordem e Progresso" é uma forma abreviada do lema político positivista e cujo autor é o francês Auguste Comte: O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim (em francês: L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but).[

Houve ainda algumas modificações no formato do losango e nas tonalidades das cores verde e amarela, conforme se verifica nas imagens acima. Mas, sobre estas duas últimas é bom se destacar, que elas representavam duas casas ou famílias reais. O retângulo verde está relacionado às cores da Casa de Bragança, em Portugal, família do imperador Pedro I. E o amarelo está vinculado às cores da Casa de Habsburgo, a qual pertencia a Imperatriz Dona Leopoldina. Por isto se vê, que o Brasil imperial seria simbolicamente o filho da união entre estas duas famílias da realeza européia.
 
                                                                                                              

(Dom Pedro I e Dona Leopoldina)
É hora agora de se falar no desenhista da bandeira imperial: Jean-Baptiste Debret. Ele  foi um pintor e desenhista frances, que veio ao Brasil em 1816 e aqui permaneceu até 1831, envolvido em múltiplos trabalhos artisticos por sua conta e ainda do estado. Dele se disse, que suas aquarelas pitorescas possuiam o caráter típico das representações feitas por viajantes em busca de paisagens e de exotismo, mas sua arte oficial conservou o caráter solene do neoclassicismo próprio do grupo de artistas da França napoleônica e especialmente para o Brasil o seu valor esteve em sua capacidade de registrar o que estava prestes a desaparecer. Voltou já idoso para a França e lá faleceu, sendo pouco conhecido lá, e muito importante e lembrado aqui.

Um de seus trabalhos foi a bandeira, que acabou sendo ostentada pelo império brasileiro. Sobre isto foi relevante a descoberta, nos anos quarenta do século findo, de um projeto de bandeira atribuído a Debret, feito por encomenda de D. João VI, em 1820, e que se encontrava no arquivo pessoal do rei, em Lisboa. O esboço feito pelo artista francês apresentava um desenho já muito parecido com o que viria a ser o pavilhão do príncipe real. Não há certezas sobre as intenções do monarca luso ao pedir o estudo a Debret, nem os motivos pelos quais o projeto ficou esquecido por, pelo menos, um ano – quando D. Pedro encomendaria a confecção de estandarte similar para ele como príncipe real português. O fato é que, entre setembro e dezembro de 1822, este pavilhão passou a ser utilizado para representar a nação após sua independência, ainda considerada como um reino. Apenas com a sagração e coroação de D. Pedro I como imperador é que foi substituída a coroa real do brasão pela imperial. Isto leva a conclusão de que a bandeira imperial do Brasil foi criada, originalmente, como pavilhão pessoal do Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a pedido de D. Pedro de Alcântara, ainda como príncipe-regente do Brasil, e que seu autor foi realmente Debret. Razão pela qual lá na França se escreveu: “Les brésiliens doivent aussi à Jean-Baptiste Debret, le graphisme et les couleurs, le jaune et le vert, de leur premier  drapeau national ». Um elogio bem merecido !

(Jean-Baptiste Debret) 

E a quem devemos a manutenção em boa parte da antiga bandeira nacional dos tempos imperiais? Foi ao Marechal Deodoro da Fonseca, que sobre o tema determinou ao governo em bilhete datado de 17.11.1889 o seguinte: “A Bandeira Nacional, já tão conhecida, e reconhecidamente bela, continua, substituindo-se a coroa sobre o escudo pelo cruzeiro” (referia-se ao cruzeiro do sul). Deodoro era coerente consigo mesmo, pois debaixo daquele estandarte combatera os descendentes dos guaranis na Guerra do Paraguai, desde o seu início até ao final da mesma. De qualquer forma, ela foi instituída em 19 de novembro de 1889, ainda durante o governo provisório presidido por aquele militar, após ser esquematizada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos (ambos positivistas) e desenhada pelo artista Décio Vilares.
                                                                                   
(Marechal Deodoro da Fonseca)
 
Desde os anos setenta um exemplar gigantesco da bandeira brasileira está permanentemente hasteado a cem metros de altura, no alto do mastro plantado na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A construção do mastro em aço é considerada a maior do gênero no mundo, para bandeiras nacionais. A nossa ali hasteada consta no Guiness Book como a maior bandeira regularmente hasteada do mundo, medindo 286m2.
 


  (o mastro e a bandeira na Praça dos Três Poderes – DF)

                                                                                



 

 

 




 

 

 

Fontes:

 


 

Wikipédia, a enciclopédia livre.


Acesso em: 19/01/2015.

 

Wikipédia, a enciclopédia livre.


Acesso em: 19/01/2015.

 

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