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sábado, 20 de junho de 2015

Uma arvore silvestre deu o seu nome ao Brasil.


Uma árvore silvestre é que deu o seu nome ao país, como todos sabemos. No Oriente o pau-brasil era conhecida como "versino", ou "versil" e a corruptela destas expressões, que eram italianas, acabou se transformando no nome atual.
 
 
 
(Pau Brasil)
 
 
Pau-brasil (Caesalpinia echinata) é uma árvore da família das leguminosas, a mesma do pau-ferro e da sibipiruna ou falso-pau-brasil. Frondosa e de lento crescimento, atinge até trinta metros de altura. Dá flores pequenas e amarelas, vermelhas no centro e levemente perfumadas, que se agrupam em cachos nas extremidades dos ramos e desabrocham de setembro a dezembro. Há espinhos esparsos no tronco, nos galhos e, de forma mais concentrada, junto aos pecíolos das folhas bipinadas, isto é, compostas por duas fileiras de 15 a 20 folíolos com 8 a 18mm de comprimento. O fruto é uma vagem, pequena e revestida de espinhos, que encerra várias sementes. Os índios o conhecem como ibirapitanga, muirapiranga ou arabutã.  O seu nome tupi de imbirapi'tanga composto de imbira' que tem fibra, que tem filamento e + pi'tanga = vermelho, cor de cobre.
 
 
 
(flores desta arvore)
 
 
O pau-brasil tornou-se raro no litoral brasileiro pela ilimitada ganância de portugueses e piratas de outras nacionalidades em mais de três séculos de exploração. Usada na Europa para a extração da substância corante brasileína, sua madeira, ao lado de papagaios e araras, foi uma das primeiras exportações brasileiras.

A madeira do pau-brasil, ao ser exposta toma coloração bem vermelha, é dura e resistente à umidade. Já foi muito usada em obras finas de marcenaria, como arcos de violino, e na construção naval. O corante, extraído por infusão da madeira reduzida a pó, permite a obtenção de tonalidades variadas, do vermelho-claro ao quase preto, e serviu principalmente para tingir tecidos até meados do século XIX, quando caiu em desuso após a descoberta das anilinas e outras tintas sintéticas. Nos séculos XVII e XVIII, o pau-brasil teve posição de destaque no comércio internacional e se popularizou nas designações em outras línguas, como "bois de brésil", em francês, e "brazilwood", em inglês. Na terra de origem era conhecido também como pau-de-pernambuco, pau-vermelho, pau-rosado e pau-de-tinta.

O pau-brasil era comum em larga faixa litorânea, entre os estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, dispersando-se eventualmente para o interior, até Minas Gerais e Goiás. A própria nau que levou ao rei D. Manoel a notícia do achamento da ilha de Vera Cruz, sob o comando de Gaspar de Lemos, carregou para Lisboa alguns toros de pau-brasil.
 
(uma das naus do descobrimento)
 
 
Pouco depois a sua existência foi constatada pelo piloto florentino Américo Vespúcio, que acompanhou a expedição de Gaspar de Lemos de 1501. Na viagem de 1503, Américo Vespucio chegou até provavelmente a Cabo Frio, aonde levaram os expedicionários 5 meses, carregando as naus de pau-brasil.
 
 
(Américo Vespúcio)
 
 
No ano seguinte começou a exploração comercial do produto, com os contratos do pau-brasil, que consistiam em arrendamentos de terras da colônia a exploradores, que se comprometiam a devastar novas áreas e edificar feitorias fortificadas. Um dos primeiros arrendatários foi Fernando de Noronha, a quem a coroa portuguesa doou a ilha de São João, mais tarde designada por seu nome.



(Ilha Fernando de Noronha - vista atual)

Naqueles tempos a madeira era vendida no exterior por 2 e meio ducados o quintal, posto que em Lisboa, custava aos arrendatários só meio ducado. Sabe-se que os arrendatários levavam de nossa terra todos os anos 20 mil quintais de pau-brasil. O pau-brasil era então a única fonte de renda da colônia, a que emprestou seu nome poucos anos depois do descobrimento suplantando as várias denominações efêmeras, que figuraram em mapas, cartas e atos oficiais do começo do século XVI.

A generalização do tráfico de pau-brasil por navios espanhóis e franceses, que Portugal não conseguiu reprimir, levou ao estabelecimento das capitanias hereditárias e, com elas, ao monopólio da coroa portuguesa sobre a madeira, oficializado a partir de 1532. Neste longo período, além da atividade dos portugueses, contribuíram para dizimar o pau-brasil o domínio holandês no Nordeste e as incursões francesas no litoral fluminense, onde a árvore teve presença marcante na região de Cabo Frio. Renovado pelo império brasileiro após a independência, o monopólio estatal durou até 1859, quando as reservas naturais da espécie já estavam comprometidas a fundo.

E se as arvores rarearam e muito durante estes séculos de sua predação pelos homens ambiciosos, o seu nome estendeu-se a todo o território nacional e assim perdura até hoje.



 
 
 

Fontes: 
 
FROTA, Guilherme de Andréa. 500 ANOS DE HISTÓRIA DO BRASIL. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército. Edição 2000.

Wikipédia, a enciclopédia livre. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/pau-brasil/pau-brasil-3.php#ixzz1wvPY0qwl
. Acesso em: 13/02/2015.
 

Wikipédia, a enciclopédia livre. http://igorwanderleyy.blogspot.com.br/2012/06/constituicao-historica-do-nordeste.html  Acesso em: 13/02/2015.