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segunda-feira, 23 de março de 2015

A Monarquia Brasileira em 1889 estava assentada em areia (IV).

(Marechal Deodoro da Fonseca)
                                                                          
Mas, prosseguindo, já pelas três horas daquela mesma tarde, na presença de uns poucos republicanos e de um reduzido número de basbaques apressadamente reunidos pelos primeiros, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ainda presente o vereador José do Patrocínio, foi efetuada uma sessão e ali aprovada uma moção lavrando-se ata, tudo alusivo ao evento militar, que foi levada ao Marechal Deodoro em sua casa. Vale a pena reproduzi-la e com a grafia da época:

"Cerca de 3 horas da tarde, chegou ao mesmo edificio o sr. vereador José do Patrocinio, acompanhado do povo e immediatamente foi votada a seguinte representação: "Exms. srs. representantes do exercito e da armada nacionaes - Temos a honra de communicar-vos que, depois da gloriosa e nobre resolução que ipso facto depoz a monarchia brazileira, o povo, por orgãos espontaneos e pelo seu representante legal nesta cidade, reunio-se no edificio da camara municipal, e, na fórma da lei ainda vigente, declarou consummado o acto da deposição da monarchia e, acto seguido, o vereador mais moço, ainda na forma da lei, proclamou, como nova forma de governo do Brazil, a Republica. Attendendo ao que, os abaixo assignados esperam que as patrioticas classes militares sanccionem a iniciativa popular, fazendo immediatamentae decretar a nova fórma republicana do governo nacional".

Algo, que tinha valor meramente político, embora fosse este bem pequeno, sendo de duvidosa legalidade e ainda distorcendo a realidade. De qualquer forma, aquela moção acabou sendo um dos ingredientes daquela salada feita as pressas, pois na verdade o que se fizera na secretaria da guerra fora uma mera "quartelada", com uns poucos republicanos presentes e sem nenhuma influência nos acontecimentos, fora alguns elementos curiosos do povo apenas observando a distância e com cautela a toda aquela movimentação anormal.

Mas, de qualquer forma a pequena moção camarista apareceu naquelas horas tumultuadas e por isto ingressou na história pátria. O principal mesmo foi que Deodoro, tenha sido seriamente instado por vários camaradas militares, que temiam futuras represálias aos oficiais rebelados da parte do estado monárquico. Aventou-se, em especial, que naquele mesmo dia o desagradou profundamente a menção ao nome de um velho adversário pessoal e político, como o futuro presidente do conselho de ministros (o primeiro ministro da época), sendo ele o prócer gaúcho, Gaspar da Silveira Martins, que estaria no momento em cogitação na área palaciana imperial. E, ainda, que isto foi a última gota d'agua, que o levou aquela decisão, o que aliás é perfeitamente crível, face a inimizade capital entre ambos. Quaisquer, que tenham sido as razões ele acabou na noite do dia 15 de novembro por concordar com a proclamação da república e assinou o decreto número 01, em nome de um improvisado governo provisório, auto criado e nomeado as pressas, fazendo nascer a república federativa e dando outras providências para a dissolução do estado abolido.

Por ai se vê, que a república foi feita em duas fases, sendo a inicial uma manobra de demonstração de força totalmente militar, tanto que, na conclusão desta perante o último gabinete de ministros do império e ainda na Secretaria de Guerra, o velho marechal fez um emocionado discurso a Ouro Preto dizendo-lhe: "Vossa Excelência e seus colegas estão demitidos por haver perseguido o Exército". "Quanto ao imperador", concluiu, "tem a minha dedicação, sou seu amigo, devo-lhe favores: seus direitos serão respeitados e garantidos." Também afirmou na ocasião, que encaminharia uma lista de nomes do futuro ministério a D. Pedro II. E de República, nada ele falou. Mais  claro, impossível!

E a outra orbitada em interesses de facções, preconceitos e sentimentos pessoais, anseios de poder de teóricos republicanos, uma pitada de política, tudo finalmente formalizado de maneira meramente cartorial, mas sempre girando do princípio ao fim em torno do velho marechal, face ao seu grande prestígio perante as tropas da guarnição carioca, estando os poucos republicanos brasileiros e todos os militares do Rio e seu entorno a ele totalmente submetidos.

Destaque-se, que ao menos parte da inércia militar do governo Ouro Preto durante o singular confronto entre forças do mesmo exército se deveu a silenciosa e traiçoeira atuação do Marechal Floriano Peixoto, então a segunda figura em importância no Ministério da Guerra, e que no curso da repressão fazia o trabalho de chefe do estado-maior, o qual embora do mesmo partido de Ouro Preto e por ele recentemente promovido aquela patente, a partir de certo momento traiu totalmente ao governo. Para isto, ele que até então o apoiava  passou a manobrar a tudo de maneira a esconder do primeiro-ministro Ouro Preto importantes dados, que já possuía e em seguida a reduzir ao mínimo qualquer reação governamental a sedição, sem deixar de mostrar solidariedade ao cabeça do governo, ao qual iludiu descaradamente, só mostrando-lhe parte de sua face desleal nos últimos momentos, que antecederam a queda do gabinete.




(Marechal Floriano Peixoto)


Isto ocorreu, quando o  primeiro-ministro dentro do Q.G. queria que os canhões das tropas de Deodoro fossem tomados à força de baionetas. "No Paraguai, os nossos soldados apoderaram-se da artilharia em piores condições" , disse Ouro Preto a Floriano. "Sim, mas as bocas no Paraguai eram inimigas, e aquelas que Vossa Excelência está vendo são brasileiras, e eu sou, antes tudo, um soldado da nação." Foi ali, que ele mostrou a sua verdadeira feição, que até então escondera com real habilidade artística do crédulo e iludido Ouro Preto.

 
No dia seguinte, D. Pedro II e familiares, foram oficialmente notificados a deixarem o país, e estando politicamente desprestigiado e totalmente sem apoio militar, o imperador e seus parentes se submeteram ao mesmo, deixando o Rio para o exterior num velho navio de passageiros, o Alagoas, para na sua quase totalidade nunca mais aqui retornar. 

 
Na oportunidade, respondendo a notificação recebida, manifestou-se o ex-imperante por escrito:



“A vista da representação escrita, que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase meio século em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1889.
D. Pedro de Alcântara
.”
 
 

 
 
                                                        
 
 
 
 
 
                                                          
                                                                                                                    

(Paço imperial da cidade - imagem atual)
 
 
 
No velho prédio do Paço da Cidade aqui retratado, aonde se encontrava reunida a Família Imperial e de onde eles saíram para embarcar, deu-se o último ato daquele drama, felizmente sem sangue. O local só era usado para eventos públicos e oficiais, tendo D. Pedro e esposa vindos de Petrópolis e a princesa e o marido do Paço Isabel (hoje Palácio Guanabara), ali se reunindo premidos pelas inesperadas circunstâncias. Também ali, eles viveram seus dois últimos dias no Brasil.
 
Lamentavelmente, ressalto, que durante o primeiro dia houve grande inércia no campo monarquista, que se imobilizou, aliás, por culpa do próprio imperador, que ficou aparentemente indiferente ao que ocorrera, e embora já estivesse no Rio, centro de tudo, ali permaneceu boa parte do tempo entretido em leituras e sem buscar atender as solicitações e sugestões da princesa Isabel, só acedendo a algumas delas quando já era muito tarde.
 
Naquelas poucas horas a melhor saída estava em chamar Deodoro ao palácio para um diálogo entre ele e o imperador, que teria tido pleno êxito, pois o velho marechal adorava o monarca. Sobre isto aquele militar refletindo na mesma data sobre esta hipótese disse então: "Se eu for, o velho chora, eu choro também, e está tudo perdido". Mostrando assim, como seria fácil a D. Pedro se impor naturalmente aquele antigo e dedicado servidor do Estado monárquico. A inércia imperial consequentemente facilitou, que alguns militares e civis republicanos mais audazes tornassem vitorioso o movimento sedicioso, conforme antes relatei. No fundo estava certo Nabuco de Araújo, quando disse depois: "instituições que não se defendem, abdicam". Foi o que se deu com a monarquia brasileira, cujo chefe como se vê abdicou por duas vezes.

 
 
 
 
 
                                                                                                                

(a Família Imperial em 1889)




Olhando hoje aqueles acontecimentos achei bem curioso, que no dia 15 de novembro foi que tudo começou e também em que tudo terminou, como num bom espetáculo de teatro. E, que vários de seus participantes mostraram-se excelentes atores. Cito, como exemplos, o Marechal Floriano Peixoto, que sempre fora um exímio dissimulador, excedendo-se neste papel e com isto ajudando a derrubar a monarquia, José do Patrocínio, que era "isabelista" e subitamente virou republicano, o major Sólon Ribeiro, que pensou bem antes de se comprometer, e quando começou a faze-lo, mostrou extrema astúcia espalhando na véspera vários boatos para açular a soldadesca, etc.

 

E a população carioca como assimilou as grande novidades políticas então ocorridas? Durante o decorrer do dia 15 de novembro, ao que se depreende, sem saber o que realmente ocorrera e ignorando inclusive o que logo viria, até que o povo comum as recebeu aparentemente bem, provavelmente satisfeito pela forte humilhação sofrida pela nada popular classe política, consistente na truculenta destituição do gabinete. Tanto que, naquele dia e até a noite muitas pessoas desfilaram agrupados atrás de bandas de músicas militares, como então se fazia, aparentemente felizes com o ocorrido.

 
Fora isto houve um desfile anterior, comandado pessoalmente pelo Marechal Deodoro, realizado imediatamente após a deposição ministerial, e efetivado em cortejo pelo centro da cidade. Seu objetivo era comemorar o sucesso do empreendimento e ao final dele ir até o Arsenal da Marinha, pois parte da tropa que o acompanhava era da Marinha e ali iria ficar. "Os cariocas olhavam uns para os outros pasmados, interrogando-se com os olhos sem dizer palavra", narrou o dramaturgo Arthur Azevedo, que viu o cortejo militar, ainda acrescentando, que “na Rua 1.º de Março a passeata desfilou em silêncio”. Chegando ao  Arsenal da Marinha, Deodoro constatou que lá inexistia reação contrária ao que se fizera e em seguida mandou que seus soldados voltassem aos seus quartéis, recolhendo-se ele próprio ao seu lar.

 

E o restante da população carioca como reagiu então e logo depois do golpe militar? Para Aristides Lobo “o povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada!”  (cf. artigo escrito no dia 15, e publicado no "Diário Popular",  de  São Paulo, em 18 de novembro de 1889). Note-se, que ele era partidário da república e participou do primeiro ministério republicano, como titular da pasta do Interior, aonde ficou só por pouco mais de  dois meses, face a profundas divergências com o Marechal Deodoro.
 
                                                                                                                                              
(desfile no R.J. com Deodoro à frente no dia 15 de novembro)

O próprio antes referido Artur Azevedo sobre isto escreveu na imprensa:

 
“Durante os dois primeiros dias da República, notava-se em muitos semblantes a consternação e mesmo o terror; a população, caminhando vagarosa, melancolicamente, parecia oprimida por um peso moral, por uma dor estranha e violenta. Só se agitava alegre essa patuléia que aplaude indistintamente a vitória de todos os partidos !”  (cf. artigo por ele chamado “croniqueta”  e que foi publicado na revista “A Estação”,  em 19 de novembro de 1889).

 

E a partida da Família Imperial foi objeto de manifestações populares pró ou contra ela? O deposto D. Pedro e família deveriam  ter partido no dia 17 de novembro, durante o dia, mas saíram na madrugada deste dia, por imposição do governo provisório, que alegou temer que estudantes iriam promover uma arruaça contra aqueles em seu embarque diurno, havendo o risco deles serem “metralhados”, tal como narrou Gastão de Orleans, que pareceu ter-se atemorizado com isto. Não é de se crer, que civis tivessem acesso a metralhadoras, que já existiam, sendo elas grandes e usadas em reparos instalados nos navios brasileiros de guerra, mas é claro totalmente inacessíveis aqueles jovens, que nem saberiam como remonta-las e usa-las numa área urbana. O que faz supor, que o governo não queria, é que manifestantes populares ou da elite favoráveis a deposta Coroa fossem deles se despedir afetuosamente.

 
                                                         

 (O pano baixou inesperadamente....!!!)





 
Quando disse, que foi o piparote de um anão, que a derrubou, levei em conta, que o governo Ouro Preto reunira uma tropa de 1000 militares (chamada de brigada mista), para bater os 500 revoltosos, fora outros elementos militares e policiais também dispostos dentro e nas imediações da secretaria da guerra.
 
Mas, neste amplo efetivo totalizando 2000 homens haviam os indiferentes e ele ainda estava minado por descontentes, o que explica porque praticamente quase todos eles aderissem aos rebelados, inclusive com uma parte saudando a Deodoro com muitos vivas, marchas militares e garbosas continências, quando ele vaidosamente desfilou a cavalo diante da soldadesca reunida no interior da Secretaria da Guerra.
 
Claro, o descontentamento deles com o sistema era preexistente aquele confronto, mas certamente Floriano Peixoto, valendo-se de seu alto e estratégico cargo no ministério, foi decisivo para acabar de derruir qualquer intento de resistência, que porventura ainda existisse.
 
Curioso é que, a Igreja Católica, que também ajudara a derrubar a monarquia e a D. Pedro II, ela já durante a república foi claramente desprestigiada por esta, que separou o estado da igreja e por consequência, liberando o culto público das demais confissões, privou o catolicismo oficial de salários, rendas e recolhimento de taxas a ela assegurados durante a monarquia. Mas, a presença de Deodoro na presidência do governo provisório e especialmente a dos demais maçons na assembleia constituinte explicam tudo isso, pois nem o velho militar, nem os seus irmãos maçons não esqueceram a hostilidade a sua grei da parte da igreja. Vê-se por isto, que foi um tiro pela culatra aquele dado pelos clérigos, em suas ações contra o então monarca, D. Pedro II, e que realmente veio a produzir todos os seus efeitos  durante a república, ali os ferindo bem fundo em seu prestigio, em sua aceitação popular e ainda financeiramente.
 
Foi assim, em não muitas palavras, que sobrepondo-se ao império, nasceu uma república em nosso país, que por ser filha ilegítima e prematura, correu o risco de se extinguir pouco depois, com o levante federalista no Sul e a Revolta da Armada no Rio (1893). Mas, ela sobreviveu, amoldou-se aqui e acolá, saiu mesmo de cena por certo tempo, o que ocorreu especialmente em boa parte da Era Vargas e vive até hoje, já passados 125 anos o melhor que consegue.
 
Quero deixar claro, que busquei aqui resumir o mais possível os fatos então ocorridos, que envolveram uma multiplicidade de pessoas e ocuparam um razoável lapso de tempo, entre os seus antecedentes e o grande final deles, buscando apenas me ater as primeiras figuras daquele drama nacional e ainda aos fatos realmente primordiais.
 
Particularmente, creio que a república não veio a nós naturalmente, mas foi imposta artificial e prematuramente por muito poucos e nasceu frágil, ilegítima e só, pois seus pais (os militares sediciosos e os próceres republicanos) mal se conheciam e o que era pior, também não se entendiam entre si. Ainda, a república nasceu de uma mera união de interesses entre homens, uns agindo por necessidade de se acautelarem no futuro, e outros, por mera ideologia teórica, não havendo em nenhum deles, nem amor, nem paixão pela nascitura. Por isto ela padeceu tanto e seus padecimentos se estenderam por todos os brasileiros, ainda acarretando num certo tempo grandes e desnecessárias despesas para o erário nacional (mormente durante a Revolta da Armada).
 
Formalizada pela constituição de 1891 ela morreu em outubro de 1930. E dela brotou a Era Vargas, que apesar de alguns pontos positivos, também foi passível de muitas criticas. Mas, paro por aqui, pois também sou republicano e a prezo bastante, desejando que ela se consolide cada vez mais e que ainda muito mais prospere nos tempos que ainda virão.



 
 
 
                                     (brasão republicano inicial)

 

 

                                          

 

 

                                                FIM

 

 
 


 

 
 
 
 
 
 
 
 
















































 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


BIBLIOGRAFIA

 

 
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BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio (org.); ELLIS, Myrian et al.  HISTÓRIA GERAL DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA. O BRASIL MONÁRQUICO: DECLÍNIO E QUEDA DO IMPÉRIO. Tomo II e seu 4.° volume. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil. Edição 1995.

 
FROTA, Guilherme de Andréa. 500 ANOS DE HISTÓRIA DO BRASIL. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército. Edição 2000.

 
 
SENA, Ernesto. DEODORO: SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA. Brasília: Conselho Editorial do Senado Federal. Edição 1999.

 
SILVA, Hélio. 1889: A REPÚBLICA NÃO ESPEROU O AMANHECER. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Edição 1972.

 
SILVA, Ana Cláudia Suriani da. AS CRONIQUETAS DE ARTUR AZEVEDO. http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/remate/article/viewFile/3799/3256 . Acesso em: 27/09/2014.
 
 

VEJA EDIÇÃO ESPECIAL: REPÚBLICA - 20/11/1889. http://veja.abril.com.br/historia/republica/indice.shtml . Acesso em: 28/09/2014.