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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A Guerra do Paraguai em vídeo (II)

O enorme conflito foi analisado neste vídeo do The History Channel, no qual foram ouvidas personalidades dos vários lados do mesmo, sendo de boa qualidade e estando em português. Assistam:



 
 
 
Eu gostei do vídeo, embora discordasse aqui e ali dos entrevistados, mesmo concordando parcialmente com vários deles. Mas, quero deixar aqui sucintamente a minha própria.
Achei e acho, que a Guerra da Tríplice Aliança nunca deveria ter ocorrido, e deveria ter sido evitada com maior empenho pelos vários contendores, algo do qual tratarei melhor oportunamente.
A mesma terminou com o esmagamento do Paraguai, que ao seu final tornou-se apenas uma "terra de ninguém", devastado e humilhado. Porém, ela ocasionou enormes prejuízos econômicos ao Brasil e ainda fortes e amplas perdas humanas (algo como 50.000 brasileiros mortos). A Argentina, a princípio humilhada e invadida, além de pilhada pelos guaranis, em bem menos de um ano teve seu território ocupado espontaneamente evacuado por estes, que por razões militares e políticas bateram militarmente em retirada. E no curso restante da contenda durante aproximadamente quatro anos amealhou grandes capitais vindos do Brasil e ali aplicados em compra de animais de tiro e de tração, carvão para uso dos navios, alimentos para homens e animais, bem como no pagamento de diversos serviços. Um grande negócio, do qual este país e a  elite comercial de seu povo foram os grandes beneficiários. Tais alguns dos resultados dela decorrentes fora o inevitável cortejo maléfico de todas as guerras.
 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A Guerra do Paraguai em vídeo (I).


Sobre a Guerra do Paraguai existe o vídeo a seguir, produzido em 2014 pela TV Escola, que é um canal de televisão do Ministério da Educação brasileiro, e que vale a pena ser assistido, pois foi feito em locações externas nos quatro países envolvidos naquela contenda (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), mostrando cenas deles e ainda boas entrevistas com alguns elementos representativos dos mesmos. E com excelente conteúdo histórico narrando didaticamente a mesma e ainda estando bem ilustrada com imagens de então. Afinal, o tema é bastante controvertido, despertando paixões e clamores mesmo nos dias de hoje, especialmente na terra guarani, sendo este vídeo, que é recente, muito valioso. O mesmo foi dividido em quatro partes.


Assistam a primeira parte:



 
 
 
Assistam a segunda parte:
 
 

 
 
 
Assistam a terceira parte:
 
 
 
 
 
Assistam a quarta e última parte:
 

 
 
 
 
 
Para ultimar quero apenas dizer, que como antes escrevi era essencial evitar-se a guerra antes que ela irrompesse. Penso assim olhando a guerra do seu termino (1870) até o ultimo ano de paz (1864). Da parte de Solano Lopes, tirano guarani, isto seria extremamente improvável, pois ele variava nos seus humores, eventualmente até parecia razoável e ora aqui e ali se mostrava irascível e truculento. Isto ele mostrou nos anos que antecedem o conflito, a partir de 1862, preferindo, porém, nos últimos tempos de paz em radicalizar e endurecer a sua posição política externa. Provavelmente, por sentir-se melindrado com a indiferença brasileira as suas gestões diplomáticas. Seu país era uma dura ditadura, sem constituição, com um parlamento subjugado e apenas nominal, sem órgãos de imprensa fora a oficial, sendo ali inexistente qualquer oposição política. De feitio egocêntrico Lopes era o único centro de decisão e de poder em seu país, ainda não permitindo, que nenhum paraguaio o aconselhasse, ou ao menos opinasse sobre os temas guaranis de governo. Também o Paraguai não mantinha nenhum representante diplomático residente e permanente em nenhum dos estados vizinhos, inclusive no Brasil. Por isto dependia daquilo que o próprio Lopes recolhia de informantes, de uns poucos agentes e de diversos políticos platinos que conhecia. Nosso país há muito mantinha uma legação permanente com um diplomata residente em Assunção, mas não foi feliz na escolha dos dois últimos deles – o encarregado de negócios Caetano Maria de Paiva Lopes Gama e o ministro residente, César Sauvan Viana de Lima; o primeiro, acabou incompatibilizado com Lopes e antes de desligar-se até saiu de Assunção para assim evitar novos atritos; e o segundo, que chegou ao seu posto três meses antes da guerra irromper, tinha pouca familiaridade com o local e as pessoas gradas dali. O político José Antônio Saraiva, que se achava no Uruguai em missão diplomática especial, até aventou a possibilidade de ser credenciado pelo governo para conversações com Solano Lopes, isto meses antes do início do conflito com o Paraguai. Mas, o assunto não teve continuidade, aparentemente por desinteresse do gabinete então no poder, dirigido por Zacarias de Góis e Vasconcelos e cujo ministro do exterior era João Pedro Dias Vieira, sendo possível que isto se devesse a posição oficial, que pregava que o Paraguai nada tinha a ver com fatos ocorridos no Uruguai e relacionados ao Brasil. Algo formalmente correto, que tinha pleno respaldo na legalidade internacional então vigente. O pior foi, que por falta ou imprecisões de informações vindas de nossos diplomatas residentes naquele país, não se levou devidamente em conta os bem anteriores preparativos militares ali feitos (recrutamento e treinamento de grandes contingentes, fabricação e importação de armas e fabricação de pólvora e munições de guerra), o total teor das tenazes intrigas politicas oriundas dos governos "blancos" uruguaios com seu congênere guarani (o Uruguai ansiava por apoio  militar, econômico e político do Paraguai para se contrapor primeiro a Argentina e depois ao Brasil) e as grandes ambições secretamente cultivadas por Lopes e relacionadas aos estados da Bacia do Prata, especialmente a Argentina e ao próprio Uruguai.