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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A Guerra do Paraguai em vídeo (I).


Sobre a Guerra do Paraguai existe o vídeo a seguir, produzido em 2014 pela TV Escola, que é um canal de televisão do Ministério da Educação brasileiro, e que vale a pena ser assistido, pois foi feito em locações externas nos quatro países envolvidos naquela contenda (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), mostrando cenas deles e ainda boas entrevistas com alguns elementos representativos dos mesmos. E com excelente conteúdo histórico narrando didaticamente a mesma e ainda estando bem ilustrada com imagens de então. Afinal, o tema é bastante controvertido, despertando paixões e clamores mesmo nos dias de hoje, especialmente na terra guarani, sendo este vídeo, que é recente, muito valioso. O mesmo foi dividido em quatro partes.


Assistam a primeira parte:



 
 
 
Assistam a segunda parte:
 
 

 
 
 
Assistam a terceira parte:
 
 
 
 
 
Assistam a quarta e última parte:
 

 
 
 
 
 
Para ultimar quero apenas dizer, que como antes escrevi era essencial evitar-se a guerra antes que ela irrompesse. Penso assim olhando a guerra do seu termino (1870) até o ultimo ano de paz (1864). Da parte de Solano Lopes, tirano guarani, isto seria extremamente improvável, pois ele variava nos seus humores, eventualmente até parecia razoável e ora aqui e ali se mostrava irascível e truculento. Isto ele mostrou nos anos que antecedem o conflito, a partir de 1862, preferindo, porém, nos últimos tempos de paz em radicalizar e endurecer a sua posição política externa. Provavelmente, por sentir-se melindrado com a indiferença brasileira as suas gestões diplomáticas. Seu país era uma dura ditadura, sem constituição, com um parlamento subjugado e apenas nominal, sem órgãos de imprensa fora a oficial, sendo ali inexistente qualquer oposição política. De feitio egocêntrico Lopes era o único centro de decisão e de poder em seu país, ainda não permitindo, que nenhum paraguaio o aconselhasse, ou ao menos opinasse sobre os temas guaranis de governo. Também o Paraguai não mantinha nenhum representante diplomático residente e permanente em nenhum dos estados vizinhos, inclusive no Brasil. Por isto dependia daquilo que o próprio Lopes recolhia de informantes, de uns poucos agentes e de diversos políticos platinos que conhecia. Nosso país há muito mantinha uma legação permanente com um diplomata residente em Assunção, mas não foi feliz na escolha dos dois últimos deles – o encarregado de negócios Caetano Maria de Paiva Lopes Gama e o ministro residente, César Sauvan Viana de Lima; o primeiro, acabou incompatibilizado com Lopes e antes de desligar-se até saiu de Assunção para assim evitar novos atritos; e o segundo, que chegou ao seu posto três meses antes da guerra irromper, tinha pouca familiaridade com o local e as pessoas gradas dali. O político José Antônio Saraiva, que se achava no Uruguai em missão diplomática especial, até aventou a possibilidade de ser credenciado pelo governo para conversações com Solano Lopes, isto meses antes do início do conflito com o Paraguai. Mas, o assunto não teve continuidade, aparentemente por desinteresse do gabinete então no poder, dirigido por Zacarias de Góis e Vasconcelos e cujo ministro do exterior era João Pedro Dias Vieira, sendo possível que isto se devesse a posição oficial, que pregava que o Paraguai nada tinha a ver com fatos ocorridos no Uruguai e relacionados ao Brasil. Algo formalmente correto, que tinha pleno respaldo na legalidade internacional então vigente. O pior foi, que por falta ou imprecisões de informações vindas de nossos diplomatas residentes naquele país, não se levou devidamente em conta os bem anteriores preparativos militares ali feitos (recrutamento e treinamento de grandes contingentes, fabricação e importação de armas e fabricação de pólvora e munições de guerra), o total teor das tenazes intrigas politicas oriundas dos governos "blancos" uruguaios com seu congênere guarani (o Uruguai ansiava por apoio  militar, econômico e político do Paraguai para se contrapor primeiro a Argentina e depois ao Brasil) e as grandes ambições secretamente cultivadas por Lopes e relacionadas aos estados da Bacia do Prata, especialmente a Argentina e ao próprio Uruguai.

 

5 comentários:

  1. Onde eu conseguiria detalhes sobre a missão do encarregado de negócios do Império em Assunção, Caetano maria de paiva lopes gama? Me interesso por uma informação do consul francês Laurent Cochelet ao seu governo em 1864 informando da chegada de Caetano maria de paiva lopes gama e que vinha para acertar as questões de limites entre o Brasil e o Paraguai. Onde conseguiria confirmar essa informação?

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  2. Meu caro, sobre a missão de Caetano Maria de Paiva Lopes Gama em Assunção nos tempos que antecederam a guerra, nada mais sei, além do que escrevi no blog. Mas, tratando-se de um diplomata em missão oficial sugiro que recorra aos textos digitais publicados pelo MRE do Brasil. Na internet temos uma série de livros da instituição com download “free” no link

    Claro, por via do Google é possível se pesquisar outros meios da instituição, ou de origem diversa, sobre aquele diplomata.

    Fora isto, temos a revista do IHGB também na internet com consulta livre das matérias nela contidas, bastando se acessar o link <https://ihgb.org.br/publicacoes/revista-ihgb/itemlist/filter.html?category=9&moduleId=147 (lá a pesquisa começa no final e vai retrocedendo).

    Na mesma desconheço algo especifico sobre o citado diplomata, mas a fonte de consultas é excelente.

    Boa sorte e sucesso!


    João Lima

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    1. http://funag.gov.br/index.php/pt-br/component/content/article?id=478

      Este é o link que não saiu acima.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Muito Obrigado! Vou seguir pesquisando.

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