Sobre a Guerra do Paraguai existe o vídeo a seguir,
produzido em 2014 pela TV Escola, que é um canal de televisão do Ministério da
Educação brasileiro, e que vale a pena ser assistido, pois foi feito em
locações externas nos quatro países envolvidos naquela contenda (Brasil,
Argentina, Uruguai e Paraguai), mostrando cenas deles e ainda boas entrevistas
com alguns elementos representativos dos mesmos. E com excelente conteúdo
histórico narrando didaticamente a mesma e ainda estando bem ilustrada com imagens
de então. Afinal, o tema é bastante controvertido, despertando paixões e
clamores mesmo nos dias de hoje, especialmente na terra guarani, sendo este
vídeo, que é recente, muito valioso. O mesmo foi dividido em quatro partes.
Assistam a primeira parte:
Assistam a segunda parte:
Assistam a terceira parte:
Assistam a quarta e última parte:
Para ultimar quero apenas dizer,
que como antes escrevi era essencial evitar-se a guerra antes que ela
irrompesse. Penso assim olhando a guerra do seu termino (1870) até o ultimo ano de paz
(1864). Da parte de Solano Lopes, tirano guarani, isto seria extremamente
improvável, pois ele variava nos seus humores, eventualmente até parecia
razoável e ora aqui e ali se mostrava irascível e truculento. Isto ele mostrou
nos anos que antecedem o conflito, a partir de 1862, preferindo, porém, nos
últimos tempos de paz em radicalizar e endurecer a sua posição política externa.
Provavelmente, por sentir-se melindrado com a indiferença brasileira as suas
gestões diplomáticas. Seu país era uma dura ditadura, sem constituição, com um
parlamento subjugado e apenas nominal, sem órgãos de imprensa fora a oficial,
sendo ali inexistente qualquer oposição política. De feitio egocêntrico Lopes
era o único centro de decisão e de poder em seu país, ainda não permitindo, que
nenhum paraguaio o aconselhasse, ou ao menos opinasse sobre os temas guaranis
de governo. Também o Paraguai não mantinha nenhum representante diplomático
residente e permanente em nenhum dos estados vizinhos, inclusive no Brasil. Por
isto dependia daquilo que o próprio Lopes recolhia de informantes, de uns
poucos agentes e de diversos políticos platinos que conhecia. Nosso país há
muito mantinha uma legação permanente com um diplomata residente em Assunção,
mas não foi feliz na escolha dos dois últimos deles – o encarregado de negócios
Caetano Maria de Paiva Lopes Gama e o ministro residente, César
Sauvan Viana de Lima; o primeiro, acabou incompatibilizado com Lopes e antes de
desligar-se até saiu de Assunção para assim evitar novos atritos; e o segundo,
que chegou ao seu posto três meses antes da guerra irromper, tinha pouca
familiaridade com o local e as pessoas gradas dali. O político José Antônio
Saraiva, que se achava no Uruguai em missão diplomática especial, até aventou a
possibilidade de ser credenciado pelo governo para conversações com Solano
Lopes, isto meses antes do início do conflito com o Paraguai. Mas, o assunto
não teve continuidade, aparentemente por desinteresse do gabinete então no poder,
dirigido por Zacarias de Góis e Vasconcelos e cujo ministro do exterior era
João Pedro Dias Vieira, sendo possível que isto se devesse a posição oficial,
que pregava que o Paraguai nada tinha a ver com fatos ocorridos no Uruguai e relacionados
ao Brasil. Algo formalmente correto, que tinha pleno respaldo na legalidade
internacional então vigente. O pior foi, que por falta ou imprecisões de informações vindas de
nossos diplomatas residentes naquele país, não se levou devidamente em conta os
bem anteriores preparativos militares ali feitos (recrutamento e treinamento de
grandes contingentes, fabricação e importação de armas e fabricação de pólvora
e munições de guerra), o total teor das tenazes intrigas politicas oriundas dos
governos "blancos" uruguaios com seu congênere guarani (o Uruguai
ansiava por apoio militar, econômico e
político do Paraguai para se contrapor primeiro a Argentina e depois ao Brasil)
e as grandes ambições secretamente cultivadas por Lopes e relacionadas aos
estados da Bacia do Prata, especialmente a Argentina e ao próprio Uruguai.
Onde eu conseguiria detalhes sobre a missão do encarregado de negócios do Império em Assunção, Caetano maria de paiva lopes gama? Me interesso por uma informação do consul francês Laurent Cochelet ao seu governo em 1864 informando da chegada de Caetano maria de paiva lopes gama e que vinha para acertar as questões de limites entre o Brasil e o Paraguai. Onde conseguiria confirmar essa informação?
ResponderExcluirMeu caro, sobre a missão de Caetano Maria de Paiva Lopes Gama em Assunção nos tempos que antecederam a guerra, nada mais sei, além do que escrevi no blog. Mas, tratando-se de um diplomata em missão oficial sugiro que recorra aos textos digitais publicados pelo MRE do Brasil. Na internet temos uma série de livros da instituição com download “free” no link
ResponderExcluirClaro, por via do Google é possível se pesquisar outros meios da instituição, ou de origem diversa, sobre aquele diplomata.
Fora isto, temos a revista do IHGB também na internet com consulta livre das matérias nela contidas, bastando se acessar o link <https://ihgb.org.br/publicacoes/revista-ihgb/itemlist/filter.html?category=9&moduleId=147 (lá a pesquisa começa no final e vai retrocedendo).
Na mesma desconheço algo especifico sobre o citado diplomata, mas a fonte de consultas é excelente.
Boa sorte e sucesso!
João Lima
http://funag.gov.br/index.php/pt-br/component/content/article?id=478
ExcluirEste é o link que não saiu acima.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito Obrigado! Vou seguir pesquisando.
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